sexta-feira, 29 de junho de 2012

Meu homem...

 

Um homem com uma dor
um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra -
Paulo Leminski

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“Ele me beijou de leve nos lábios e não ousou me dizer adeus. Me abraçou forte e em alguns minutos me fez rir das suas brincadeiras e sua voz de criança. Não ousou, em nenhum momento, me contar que iria partir. Disse que estava tudo bom isso que estávamos vivendo, disse que estava gostando. Eu lhe mandei um sorriso com meu coração estampado na capa do cartão dizendo ‘eu também’. Ele deve ter acreditado ou me achado uma tremenda boba, mas mesmo assim...Ele não ousou me dizer ‘adeus’. As vezes penso que as palavras devem ter tido algum peso em seus lábios e que alguma coisa dentro daquele coração que ele pode ter, tem algo de verdadeiro e que ele não é apenas um homem, é um homem com uma dor, mas mesmo assim não entendo porque ele não disse que era hora de dizer adeus.“ não gosto de despedidas, meu anjo” ele se explicou algumas horas mais tarde, por uma mensagem que parecia não ter vontade de ser entregue. Mas mesmo assim, ele não se despediu de mim...”

Da lembrança que você deixou em mim, de um fruto pequeno que brotou no meu coração chamado Esperança eu te presenteio com um texto feito lá do fundo do coração, com carinho aqui do peito plantado por você. Agora digo que estas colhendo palavras verdadeiras, que talvez, e é quase certo, nunca iras descobrir, mas não tem problema não alguém aqui leu e alguém, que é claro que é especial, sabe. Sentimento bom à gente repassa não se pode guardar se não faz dele mágoa. Eu mandando pro ‘mundo. Pro ‘mundo me mandar mais de você em outros que ei de conhecer.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Mesma coisa, ainda mais e não menos.

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Eu já sei de todas as dicas. Durantes os anos eu aprendi, não sei se certo, a conviver com certas dores, com certos zumbidos no coração, com a saudade caminhando ao lado, com sua sombra no meu encalço. A sensação que eu tenho é que você sempre está perto.
Eu aprendi a pegar todo aquele meu amor e guardar dentro do meu coração, lá no fundo dele, tranca-lo com um esparadrapo na boca ( por favor amor, não crie mais confusões na minha vida). Mas até de sentir amor, não qualquer um, o amor que sinto por você, sinto saudade dele também.
Sei que você está bem e atualmente isso não me incomoda mais, não como antigamente, que eu via que você estava seguindo a sua vida enquanto eu esperava por um milagre ou um por outro cara para que ele mudasse tudo e assim seu amor seria apenas mais um, mais um lance que não deu certo, sabe? Não era pra ser...
Mas não foi assim. Não é assim. Não é mais um.
Deus, quantas oportunidades eu perdi, quantos caras bacanas deixei passar por não saber amar outra pessoa além de você?
Eu sinto sua falta. Sinto sua falta na mesma intensidade que sentia quando estávamos juntos e não dava pra gente se ver. E a mesma saudade que sentia quando você resolveu me deixar. É a mesma saudade.
Saudade.

domingo, 24 de junho de 2012

Sobre Ele e o novo, icebergs e felicidade da infelicidade.

 
Ainda bem
Que agora encontrei você
Eu realmente não sei
O que eu fiz pra merecer
Você

Porque ninguém
Dava nada por mim
Quem dava, eu não tava a fim
Até desacreditei
De mim

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Sei que não somos como aqueles belos casais, sei que a nossa história não é como aquelas de filmes ou novela, e até agora, só porque eu gosto, não temos nenhum drama. não tive que te conquistar ou você não quase me perdeu, apenas aconteceu de a gente se encontrar, meus olhos se fixarem aos seus e ai um beijo, uns beijos.
Não estou pedindo “Hey cara, me faça sofrer, pois, sou humana e os humanos gostam de amar aquilo não tem”. Não peço.
Mas peco por querer transformar isso em um romance e nós em um casal. Justo agora que gosto de ouvir a tua voz e rir com você ao telefone. Justo agora que tudo parece se encaixar e eu ainda não me enjoei de você. Justo agora que eu não lembro daquele cara lá que tanto amei e que não conseguia amar mais ninguém.
Não estou dizendo que te amo, mas justo agora...
Que por acaso esqueci do aniversário dele. Que por acaso eu me esqueci de lembrar dele. Que por acaso não comparo vocês, não comparo nós dois com o que eu era antes, com Ele. Por acaso...
Não estou dizendo que amo você, mas digo que te quero mais um pouco cada vez que estou com você e penso no que lhe contar cada vez que não estou.
Estou querendo dizer que logo eu, uma pessoa que não participa de muitos romances, que não têm mais tantas borboletas assim no estômago. Está sentindo, tudo que há muito tempo não sentia.
Estou querendo dizer que o gelo que abita aqui e que o peso das mágoas condensado em grandes icebergs estão sentindo o sol do seu amor derreter um pouco de tudo, e fazer do pouco de tudo que já são sentimentos derretidos e amansados... Um novo e bom sentimento com o teu nome e teu carimbo, praticamente, autenticado por você... E não mais por Ele. É só um modo de dizer que você me renova e filtra tudo de antigo e antiquado que eu sentia, por sentimentos novos em carne e pelos arrepiados, borboletas novinhas doidas para voar... É um começo... E tenho medo. É normal, eu acho que estou seguindo o roteiro...
É com você que vejo tudo caminhar normal. É com você que entendo aqueles casais de metro, é com você quero ser- e nem acredito que já pensei nisso- uma família de margarina. É só agora que alguém me puxou para mundo dos sentimentos, novamente, que eu entendo por que queremos ter alguém, por que é tão bom abraçar, por que é tão esperar uma ligação e pegar aquele cineminha.
É com você. Por sua culpa.
Se eu cair já sei seu teu nome. Olha só meu medo.
Se eu me ferir, já sei teu carimbo.
Mas se cair ficarei feliz, pois já sei que sou capaz de cair, me congelar e recomeçar...
Ficarei feliz por ter momentos de infelicidade, estarei maior e mais forte, por ser infeliz e depois serei vitoriosa, por descongelar... Obrigada.
Música> Ainda bem, Marisa Monte.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Crises do ‘não ser’.

 
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Era tarde da noite e na cama ela se perdia em pensamentos que não queria ter, seus pés estavam gelados e seu corpo quente, sua mente fervia e seu coração queimava. Era fogo, aqueles que ardem sem se ver.
Decidiu sair daquela agonia e minutos depois, na sacada do seu apartamento, estava fumando um cigarro em plena madrugada paulistana no frio da terra da garoa.
Enquanto fumava, tentava pensar sobre os seus sentimentos “como estava de saco de cheio de tudo, todos; na verdade, mais de si do que dos outros”. Inconformada, seria uma boa palavra para nomear um dos sentimentos que tanto a angustiava, queria mais daquela sua pobre vida, não queria ser malvada com Deus e dizer a ele que tudo estava dando errado, por que não estava, algumas coisas estavam no seu devido lugar, algumas relações iam bem, mas e aquela sensação estranha e inquietante que sempre a visitava?
Poderia ser qualquer hora da noite ou do dia, geralmente durante a noite, ela sentia vontade de ser mais do que parte de uma simples rotina “tudo bem, estava ficando velha...” Velha demais para ter crises de existência, velha demais para se sentir fora da velha moldura da sociedade, velha demais para dizer: sinto-me excluída pelos fatos normais e corriqueiros da vida. Velha demais...
Era um sentimento de liberdade que lhe estourava no peito, era uma vontade louca de ser mais um cidadão sem casa no mundo, ser do mundo, ser de todos os países e raças, apenas ser da estrada uma boa estrada com um carro, amanhecer o dia em cada lugar do mundo, sem rotina, sem horários de almoço e saída, sem neurose, sem chefe, sem pessoas para agradar ou relacionamentos para ter, sem...
eu sinto isso?” sempre se perguntava. Pois doía, tanto, tan-to... Seu coração latejava de dor por querer ser mais do que apenas era... E por mais que amasse sua família e alguns amigos, tinha vontade de largar tudo, de pegar a sua câmera e uma mochila e sair por ai fotografando e falando sobre cada canto escuro e claro desse mundo. “Têm tantas coisas para se conhecer...”.
E no final daquele cigarro sentia-se mais calma, mas não menos ansiosa, mas não menos cansada de tudo, mas não menos sossegada, mas não menos apreensiva, mas não menos...
Deixa pra lá” e apagou o cigarro... Afinal, amanhã era outro dia, mais um dia...
 
 
 
 
 
Obs. Não incentivo às pessoas a fumarem. Aliás, eu não fumo, é apenas uma característica dos meus personagens. ( fica a dica) Bjs.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Dos tempos, os piores são os que não podemos colocar no calendário.



Ainda não sou tudo que gostaria de ser. Ainda falta ser muitas outras coisas, mas ainda amo você. Nossa! Mais do mesmo, sempre soo, até mesmo para os meus ouvidos que já estão cansados, repetitivo. Sou repetitivo.
É sempre a mesma música, a mesma garrafa daquela velha bebida, os mesmos pensamentos sobre nós sobre como tudo veio e deu errado, como os problemas esmagaram os nossos sonhos? Como deixamos tudo que era lindo transformar-se em algo insuportável? Você costumava gostar do som da minha voz ao pé do teu ouvido bem afinado enquanto fazíamos música freneticamente em cima da cama dos seus pais. Como acabamos com nossa música, meu amor, como?
Enquanto me embriago mais um pouco, só mais um pouco... Lembro-me do teu sorriso e de como você sentava no meu sofá para contar como foi o teu dia e às vezes, eu confesso, apenas fingia escutar. Me perdoa?
Tive que ir pelo caminho da escuridão e menos sóbrio, porém, consciente dos meus erros, tenho certeza que errei. Sempre sei o que sentimos e do que se passa por esse nosso mundo. A pior besteira que fiz foi deixar você ir embora sem ao menos tentar me explicar, sem correr atrás das suas pernas, sem gritar no teu ouvido palavras de perdão. Eu tive orgulho o mesmo que brigo até hoje, mas não posso continuar a ser mais um homem que briga com seus sentimentos e que é facilmente dominado pelo orgulho, pelo ciúme e preconceito, não posso. Eu quero mudar, por você quero ser algo melhor, menos ciumento e mais sóbrio.
Ainda é tarde? Já é tarde no seu tempo? Já passou a nossa época?
A pior parte de ver esse tempo passar é que não está em nenhum calendário qual é o tempo certo e se o tempo ainda existe, porque de um dia para o outro pode ter passado muito tempo e às vezes de um ano para o outro não se passou nem minuto se quer, pois ainda sinto teu cheiro na minha cama, no meu sofá... Então, não sei dizer se minha voz ainda pode ser a melhor para os ouvidos, não sei se o amor que você costumava sentir ainda está dentro de você... Tempo onde posso saber se você ainda é o mesmo que nos uniu, quero saber se você mudou depois desse tempo que nos separou.

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domingo, 17 de junho de 2012

É loucura te pedir do mesmo jeito que loucura não dizer.

 

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Sou mais do mundo do que de qualquer outro amor que tente me possuir. Sou da liberdade, da terra seca na estrada quente e o teu amor que às vezes possuo noutras apenas uso.

Sou dessas de meio dia, meia lua, de às vezes ou de quase nunca. Sou o nunca que sempre pode acontecer do teu beijo a me envolver, dos teus braços para me segurar. Da sua cisma em sempre me querer um pouco mais ou mais um pouco, na verdade, tanto faz. Sou isso tudo que você quer e que vicia cada vez mais quando tem e quer mais ainda quando sabe ( ah como sabe) que não pode ter, não para sempre.

Pudera você, ser para sempre, ser tudo como no faz de conta, mas que fosse de verdade sem leis banais, sem rotina que mata, sem tempo que judia apenas acaricia, apenas toma conta do nosso amor que é apenas seu. Da nossa história, que é só sua. Não da amor, não da pra ser feliz desse jeito ai que você quer, não sei viver todo dia com feijão e arroz cadê o dendê? Cadê tudo que a noite me traz, cadê a minha liberdade de ser eu apenas eu, sendo eu assim tão instável, volátil, inconstante...

Não me prenda amor, eu peço.

Não me mate, eu quero dizer.

É tão bom ser só sua. É tão bom ter que ser só eu.

É tão simples pra decidir quando sou eu no singular.

É tão complicado quando somos nós no plural dois sujeitos e vários verbos e adjetivos.

É tão...

Queria ser de segunda a segunda tudo que você quer ser rotina e perfeição, não ser tão assim, vários de mim, várias pessoas, vários sentimentos. Mas sou assim, difícil, complexadamente complicada e um ser tão sombrio para se entender. Um ser que faz piadas de todas desgraças, ri quando é pra chorar e quando é para rir filosofa, olha só no que você quer se envolver...

Quero dizer, peço para o teu coração lhe dizer: por favor, não me ame. Pelo menos, não tanto quanto eu amo você, do meu jeito mais doido possível de amar, do meu jeito mais torto e esquisito e esquizofrênico de te querer, eu peço fique no seu mundo em paz, procure um novo coração que coma, todos os dias, arroz e feijão e consiga ser tudo o que você quer, no plural e com apenas um verbo amar na situação, mas que seja de segunda a segunda todo o amor do mundo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Tempo pra viver e outro para correr.

Às vezes parecia
Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo...

Quando pequena corria pela casa. Na cozinha a música das panelas mais o cozinhar de sua mãe no fogão era o ritual de todos os dias, enquanto a pequena brincava que aquela humilde casa poderia ser um castelo ou apenas o que lhe viesse em mente. Na garagem o pai tentava arrumar um carro que era quase parte da família, debaixo do velho motor ele dizia- Não corra por aqui! Têm ferramentas para todos os lados!- quase brigando, mas quase também querendo dizer que conhecia a filha e sabia que a pequena vivia com a cabeça no mundo da lua. Como era bom viver.

Teríamos o mundo inteiro
E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços
De vidro...

Era tudo um faz de conta, era tudo de verdade e tínhamos tempo para tudo. Tempo para ver os olhos um do outro no café da manhã e saber sobre os sonhos e pesadelos que tivemos durante a noite. Era mais fácil surgir uma conversa sobre qualquer coisa, sobre qualquer pessoa, mas a pequena sentia-se mesmo feliz quando fingia estar dormindo e do sofá o seu pai a pegava no colo, tarde da noite, e a levava para quarto enquanto dizia para sua esposa- nossa pequena está ficando grande para os meus braços! Mas não me canso de carrega-la, pois sinto alegria em saber que ela ainda está aqui correndo por essa casa, rindo e fazendo de conta com tudo. A pequena sentia alegria em ver alegria nos seus amados pais. Era bom demais.

Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto...

Não precisavam de muitas coisas, nem muitos motivos, ela não precisava de muitos brinquedos para ser uma criança feliz, sua felicidade estava em deitar na cama e escutar o som da casa, sua mãe cantando enquanto limpava algum cômodo da casa ou quando seu pai procurava por algum livro – Onde está aquele livro, sabe Amélia? Aquele que comprei naquela nossa viajem... – A pequena do seu quarto ria, ria com o livro em mãos que seu pai procurava, era um livro velho, cheio de anotações sobre uma viajem que seus pais fizeram a Europa antes de se casarem, a pequena gostava parecia que estava lá, sem ser convidada e essa era a melhor parte.

Como era gostoso viver. Escutar o som da casa. Escutar o som dos pratos sendo lavados. Do carro sendo arrumado. Escutar seus próprios passos rápidos pela casa. Ver a casa nova ficar velha. Ver sua mãe limpando enquanto conversava com uma planta ou outra. Sentir o beijo suado do seu pai depois que chegava de um dia daqueles no trabalho. Era tão doce aquela rotina. Era tão viciante viver feliz, simples e humildemente. Era tão... Perfeito.

Até que um dia descobriu porque corria tanto, porque nunca parava quieta. Corria tanto aquela menina, aquelas pequenas pernas... Um dia, depois que cresceu descobriu que corria para fugir do tempo, que vinha depressa para lhe pegar, lhe fazer moça e deixar pronta uma mulher, com sua própria casa e sua própria pequena.

Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também..

 

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Música: Andrea Doria- Legião Urbana

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Seguir.

 

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Faça de seus belos textos as minhas amargas palavras. Vá, corra e conte para o mundo que eu disse não, recusei tudo, recusei o mundo, disse não para o amanhã e ainda ontem chorei por você. Vá meu pequeno menino, vá. Corra pelas estrelas, pelo tempo ou espaço vá lá viver tua vida e conte a minha, nossa história para todos conte sobre nós sobre como foi fácil fazer meu coração amar você, como eu me apaixonei perdidamente e não soube para onde ir ou em qual chão pisar, depois que você me deixou, disse adeus e pediu para sermos amigos. Amigos! Como? Era mais fácil dizer- Minha menina eu irei terminar com você e não quero a sua amizade, é melhor assim já que você não vai resistir quando me vir com outras e falando delas para você, já que você sempre vai querer um abraço e eu vou ter algumas recaídas, mas por carência, não por amor. É melhor assim, faça o que achar melhor e então, adeus.

Eu escolhi o melhor... Ou quem sabe apenas continuei de onde paramos, terminamos, mas ainda amo você.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dos males o pior.

 

“Acendi mais um cigarro antes de sair da cama. Seus olhos ainda estavam virados para a janela quando me levantei e fui até o banheiro. Quando voltei, ele ainda estava deitado só que agora estava me observando. Enquanto terminava de me arrumar ele deu um jeito de me deixar inquieta e sem graça ao ponto de lhe perguntar: O que foi?. – estou te olhando...- Ele respondeu com uma voz baixa e cansada e por alguns momentos eu fingi me importar com o que ele estava pensando: O que você está pensando?. Então, ele sentou-se na cama e continuou me observando- Você é linda demais para fumar. Na hora que ele disse eu estava terminando de colocar os meus sapatos, levantei da cama e o encarei: Bonita demais? E se eu fosse feia, poderia?. Ele balançou a cabeça, sem jeito; levantou da cama e caminhou em minha direção dizendo- Quando vai ser de verdade? Esse nosso lance. Quando vai me encarar nos olhos enquanto fazemos amor... – Nós transamos!- eu disse. Ele se assustou e se aproximou ainda mais- Tem medo de me amar?. Eu o encarei. Tão lindo, mesmo de cueca ainda parecia elegante, mesmo com os cabelos bagunçados e com a cara amassada. Eu dei as costas e fui em direção a porta e disse: Eu teria que ser capaz de amar para poder ter medo...”

 

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