domingo, 27 de maio de 2012

Bons sonhos.

 
Artur + - + lindaf_large
Ontem à noite te chamei, lá de fora gritei o teu nome no portão da nossa casa.
Você veio com um andar cansado como se dissesse com os passos que dessa vez eu forcei todas as bases da nossa amizade, veio se arrastando sobre as pequenas pedras entre um jardim e outro, mas chegou, finalmente para abrir o portão. Quando tive espaço para entrar me joguei em seus braços quentes, você não esperava por isso, mas me abraçou. Me abraçou querendo dizer que eu não poderia mais fazer isso, chegar no meio da noite e gritar teu nome, vir sem ao menos avisar, agora você tinha uma vida! E eu não estava nela.
- Mas este é o nosso sonho!- reclamei pelos meus direitos como uma boa sonhadora.
Ele concordou com a cabeça, mas depois de olhar para trás para verificar se não vinha ninguém disse- Eu sei, é nosso sonho, mas minha princesa muito tempo já se foi, eu imagino o quanto foi difícil para você depois de tudo, depois de nós, eu sei do seu sentimento. Eu respeito você, mas não podemos ficar juntos sempre que a saudade se faz presente no seu coração, não posso curar suas feridas sempre que elas ficarem inflamadas...
Ele parou de falar quando me viu chorar. Eu chorei igual uma criança, novamente, na frente dele. Por mais promessas que tenha feito para mim não aguentei as lágrimas pesadas, eram mais fortes do que eu.
- desculpe- ele sussurrou ao me abraçar novamente.
Já tínhamos vivido isso quando acordados e eu não acreditava que estava passando por isso mais uma vez.
- Você sabe que faço isso por você... - tentou explicar.
- Eu sei- comecei a dizer- eu sempre sei. Sei que você me faz um mal danado, sei que não é pra ser, sei que não da certo. Já é rotina pensar em você todos os dias, lembrar pelo menos de alguma coisa que fizemos juntos ou pelo menos contar nos dedos das mãos há quando tempo você está no meu coração. Eu te amo demais. Sei que você tem uma boa vida, imagino que tenha, eu sempre oro por você desejo sempre coisas boas, mas é que às vezes não dá sabe? A saudade vem com tudo e acaba com todas as barreiras que demoro anos para construir, também estou cansada disso de sempre voltar para você. Mas tenho saudade. Muita saudade.
Ele não desgrudou de mim, ficamos ali abraçados até nossos corpos acordarem, naquela manhã eu acordei mais cedo e quando abri os olhos ainda sentia o cheiro dele.
 
 
Shed a tear cause I'm missing you
I'm still alright to smile
Girl, I think about you every day now
Was a time when I wasn't sure
But you set my mind at easy
There is no doubt you're in my heart now
Patience-Guns n roses

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Perder sem concorrer

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Não era mais sobre a mesma canção, sobre as dores ou sobre como eu estou.

As preocupações não eram as mesmas, as dores já não eram mais passageiras, o novo já se tornara velho e o que eu desejava... Já não de desejava tanto assim.

Os dias não eram esperados, as novidades não precisavam ser contadas, não tinha pelo que ou quem procurar, já encontrara. Já estava aqui há muito tempo, há muito e muito tempo.

A timidez tornara-se algo a ser discutido, te perdi por medo de ganhar e perder. Te perdi sem ao menos possuir. Te perdi por ter pensamentos previsíveis. Te perdi pois tudo em minha mente começou, teve meio e terminou. Sem mais nem menos você vai ir, vai se ocupar, vai conhecer alguém, as novidades vão passar e o sexo não passara de mais do mesmo. Te perdi.

Seus olhos quando virão os meus.

Suas mãos sobre o meu olhar.

Som da sua voz transformando-se em música.

Sua beleza sublime, discreta e marcante em meus pensamentos.

Teu olhar.

Teus vários olhares sobre meu corpo.

Teus vários olhares sobre minhas mãos, minhas pernas, minha boca.

Eu perdi.

Perdemos.

Por medo demais. Por estarmos escaldados demais.

De uns dias para cá nada mais começa a fazer sentido, não recebe importância e tudo parece estar mais sem cor, do que de costume. Não tem como escapar do “Se” Se eu tivesse falado mais, me expressado mais, me interessado... Deixei você ir, entrar naquele elevador, me sorrir ao dizer “Até mais”.

Destino me diz como encontrarei o acaso, para por acaso encontrar aquele homem? ...

sábado, 19 de maio de 2012

Transborda.

 

 

Agora não da mais, a dor que sinto me corrompe, esta me matando aos poucos e aos poucos estou morrendo. Desespero seria palavra certa para definir o estado de todos os meus sentimentos. Sinto sua falta. Hoje, mais do que nunca, mas do que jamais imaginei sentir por alguém, eu sinto sua falta. Com todas as letras, com todos os espaços entre um minuto e o próximo, todos os dias... Está doendo e eu sinto que estou adoecendo.

 

 

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Deve ser saudade


Ele entra em casa coloca as chaves sobre a mesa da cozinha e corre para a geladeira. O telefone toca. Enquanto come um pedaço de bolo de fubá corre para atender ao telefone a voz do outro lado da linha é da secretária eletrônica. Ele aperta o número um para escutar a mensagem: Outro dia você me encostou na porta do seu guarda roupa. Beijou meus lábios, sentiu com as pontas dos seus dedos os fios do meu cabelo enrolado, sentiu o gosto do meu corpo amargo e quis mais. Pediu por mais. Disse que me amava enquanto mordia os meus lábios, enquanto seu corpo estava sobre o meu, enquanto suas mãos geladas descobriam o meu corpo, enquanto eu te beijava, te sentia, sentia teu gosto doce, viciante. E eu quis mais. Quis teu coração, seus planos para futuro e você, dentro de mim. Eu te desejei ardentemente. Depois seu sorriso preencheu o vazio do meu coração enquanto meus olhos se encantavam com você e o seu jeito de falar, com a sua risada grossa... ...conquista-me, amo o som da tua voz... Outro dia desses estávamos juntos... Outro dia desses tive esse mesmo sonho.
Desligou a secretária eletrônica e jogou-se no sofá. Seu coração estava pesado, dolorido, faltava ar... E por alguns segundos pensou em ligar para a Duda... Pensou... Lembrou...





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domingo, 13 de maio de 2012

Naqueles momentos de epifania...

 

 

Uma música qualquer de ópera toca na minha antiga vitrola, era da minha avó. Não a conheci, mas ela deveria ter um bom gosto musical, meu avô sempre dizia “apaixonei-me por sua avó pelo seu belo gosto pela música”. Ele dava aulas de piano. Enquanto eu tirava mais um cigarro do bolso da minha jaqueta uma mulher cantava com uma voz fina e profunda, eu estava emocionava, não soube distinguir se era pela voz ou pelo meu estado mental. Tudo estava confuso. Era tarde da noite e eu ainda não pegara no sono e restavam apenas três horas para eu levantar, se estivesse dormindo, e ir trabalhar. Eu não estava com sono. Eu não queria estar com sono. E minha cabeça doía. Doía. Doía. Era uma tragédia. Eu sabia de todas as coisas, sabia com o que estava lutando, sabia que me fazia mal, amar você me faz mal, sabia que sua presença me perturba, que seu olhar me incomoda que seu corpo me intriga me puxa, me domina. Eu sei. Cansei de dizer a mim, cansei de dizer a quem quisesse ouvir “eu sei tudo isso”. Mas eu quero. Eu te quero. E te quero tão bem... Te perdoo por qualquer coisa que você se arrependa, te perdoo mesmo sem você ter noção de que errou, de que me machucou. Eu te perdoo e te amo. Não sei carregar mágoas comigo, não sei não te querer, não sei não querer teu beijo. Já não consigo não ser mais clichê. Eu sou clichê. Sou poeta, meu amor por você é eterno e me condeno, quero me condenar a sofrer por toda eternidade pelo seu amor que não possuo...

 

 

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sábado, 12 de maio de 2012

Se pudéssemos.


Era mais que querer. Liberdade dentro de mim. Gritava em mim. Aguçava todos os cantos do meu corpo. Todos os poros. Estava eu fazendo tudo aquilo que um dia desdenhei? Estava eu querendo comprar tudo? ... Naquela parte da vida que você se vê fazendo tudo que um dia disse que nunca iria fazer. E se sente bem. Muito bem. Se sente presa. Sufocante.
Ah santa inveja é esta que tenho, é esta que levo comigo no coração, de segunda a segunda. Invejando as pessoas que levam de boa uma rotina. Que levam numa boa essa vida comum. Não que eu não goste. Não que eu esteja fazendo pouco caso de tudo, meu Deus! Agradeço por tudo tenho, mas tenho saudade de tudo que penso que quero, que desejo: Uma mochila, um bom som, uma boa câmera e o mundo. Ah eu e o mundo. A estrada. Um diário de bordo... Eu e meu carro na estrada, meus pés em um pedal, meu corpo e um dia lindo de sol e vento frio...
O amor pede pra eu ficar. A liberdade me chama. Talvez não seja a hora, talvez não seja o momento, talvez tudo e a mesma coisa, talvez tudo isso seja uma desculpa que crio para dizer que agora não da Liberdade, não enche. Talvez, tanta coisa...


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terça-feira, 8 de maio de 2012

Pesado demais.

Hoje eu senti sua falta, mais do que nunca. Tive vergonha de encarar meus olhos no espelho gelado da vida. Tive medo de sentir novamente, mas senti tudo, tudo outra vez. Senti saudade de você, da facilidade que era conviver com você, de tudo que foi e que poderia ser. Não sei se a minha solidão ajudou ou se meus sentimentos acordaram por você. Mas não me canso de me perguntar como será que você está? Se você está feliz... Como eu queria te abraçar. Agora, o ar parece ser pesado demais para passar pelos meus pulmões, todas as relações parecem falsas, todos são desinteressantes. Eu só queria sentar em um canto e assistir nosso filme quantas vezes eu quiser. Ver-me. Ver como eu era mais feliz ao seu lado com seu amor...

'll still be thinking of you

And the times we had baby

Guns n roses- don’t cry

 

 

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pode ser que aconteça

 

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Um olha sério no espelho, mostrando o teu reflexo que dizia coisas ao seu ego era hora de usar a tua liberdade. Com os olhos sobre o relógio, sobre os ponteiros: grande e pequeno. Com as chaves do carro sobre as mãos, com seu corpo sobre o banco do carro e a com estrada como sua passageira. Era noite. Era tarde da noite. Com um cigarro entre os lábios, com fumaça em seus cabelos, com liberdade. Ela segue. Com liberdade. Ele pilota. Com liberdade.

Hey, all you people that tryin' to sleep…♪

Ali dentro não existia espaço para mais ninguém seus planos e sonhos ocupavam todos os bancos, todas as brechas que o oxigênio deixa, até o silêncio entre cada palavra dita era ocupado pelos seus planos misturado com sentimentos e angustia. Ela tinha uma daquelas crises de “passado” e às vezes tudo que estava enterrado saia para dar um passeio. Um belo e longo passeio. Ele também tinha alguns pensamentos pesados e uma garrafa extra de uísque.

I'm out to make it with my midnight dream, yeah,

Eles poderiam um dia se encontrar, mesmo que algumas vezes ela andasse como homem e ele chorasse como mulher. Mesmo que tanta coisa fosse trocada. Mesmo que ela tivesse um cachorro e ele um gato. Mesmo que ela lutasse boxe e ele adorasse culinária.

'Cause I'm a back door man.

The men don't know,♪

Estamos todos dirigindo por ai, preenchendo o silêncio entre as palavras, falando rápido demais para não sobrar espaço... Um dia desses aconteceu de eu parar o meu carro ao lado do teu e uma mesma música tocar para nossos ouvidos encantar, para o silêncio dizer o que precisava ser dito, para você me dar um sorriso e eu te lançar sorriso sério pelo espelho, retrovisor; enquanto o meu carro desliza pela pluma dessa nossa estrada... E será um momento, igual aqueles que a gente lê nos livros, quando o Destino tira a capa da invisibilidade e prova a sua existência...

But the little girls understand.

All right, yeah.♪

 

Música:  Back Door Man- The Doors.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Produto em falta.

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Tenho sido milhões de vontades e desejos.

Vivido de combustíveis que poluem a minha mente.

De prazeres que me deixam mais capitalista.

Tudo isso junto.

Um pouco temperado.

Um pouco sonorizado.

Só para disfarçar a falta que me faz todos os sentimentos que tinha por você.

Nada sobrou.

O que ficou foi o Vazio e eu o trato bem.

Não pensar não é problema, esta fácil não pensar, está fácil não sentir, está fácil passar pelos dias, está fácil dar um passo, mas não está fácil fazer tudo isso sozinha.

Não está tudo beleza, não esta tudo uma joia, mesmo não acreditando nas cores que colorem as atitudes de quem se ama, mesmo sendo tão feminista, tão centrada, mesmo não tento lápis de colorir, mesmo sendo objetiva. Tenho lá as minhas vontades de crer, vontade de se deixar levar, vontade de ser assim “igual a todo mundo” logo que sempre me senti diferente, sempre disse que comigo ia ser diferente, estarei desdenhando? Quero mesmo comprar?

Como disse está fácil de levar, uma oração ali e outra aqui, mais algumas horas de sabedoria..

Alguma coisa, que deve ser a minha FÉ, me leva e me guia, passa a mão sobre a minha cabeça e me diz “fica calma, fica tranquila”.

Antes era a agonia, saudade, poemas de amor, frases soltas sobre como isso me faz lembrar de você ou aquilo que dizíamos... Ou coisa e tal, tal e coisa...

Agora... Nada resta, nada lembra...