domingo, 15 de abril de 2012

Ou era tudo a mesma coisa...

 

 

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Era o mesmo sonho ou os dias eram iguais.

Era a mesma vontade, mesmo motivo e sempre a mesma justificativa.

Eram os mesmos pensamentos maçantes e sonolentos.

Era o mesmo sentimento batendo cada vez mais forte, querendo sair do peito, ultrapassar o corpo, o sentimento queria ser, queria vir, queria estar.

Era sempre no mesmo horário, a mesma dor, a mesma comida, o mesmo pecado: preguiça.

Ou os dias eram iguais ou era sempre o mesmo sonho, o mesmo velho de barba lhe ensinando sobre um livro de capa amarela era sempre muitos cigarros muita fumaça e o cheiro, ah aquele cheiro quando acordava pelas manhas, aquele cheiro de cigarro.

Era a mesma vontade, louca( que gritava -ensurdecedoramente) de ter sido melhor, de ser melhor, de não ser uma daquelas pessoas que deixam tudo para a última hora, mas sempre arranjava uma desculpa de para ser daquele jeito, sempre dizia que fulano no seu lugar também teria deixado para última hora, teria pisado na bola, teria feito de qualquer jeito.

Eram os mesmo pensamentos sobre como a vida dele deveria ser melhor que a sua “ era só o que me faltava” reclamava “depois de despachar aquele amor, ficar agora com pensamentos maçantes de como será que ele está se saindo? Sua vida é melhor ou não que a minha?”- pensava sonolenta, antes de dormir ou antes de comer, tudo era motivo para duvidar do sucesso da própria vida. ( sentimentosHavia mesmo fracassado? Sentimentos Era um fracasso ambulante? A metamorfose sentimenosque não deu certo?) Pois era o mesmo sentimento batendo cada vez mais forte viver viver viver

preciso” seu corpo pedia, viver! querendo sair do corpo, ultrapassar a epiderme e as janelas do quarto, Viver queria ser mais do que pulsações, queria ser o que foi feita para fazer, queria vir para fora e estar presente na vida daquela moça.

Era sempre no mesmo horário, depois daquele dia mórbido, depois de batalhas hora por hora, questionamentos e às vezes, quando tinha sorte sorria quase sem querer, fingindo ou não, tinha lá seus momentos de alegria. Mas depois, no mesmo minuto daquela tal hora sentia aquela dor, naquela parte do cérebro que nos cobra os sonhos que tivemos, que nos mostra tudo que largamos e desacreditamos, e como se não bastasse nos mostra que “você não era assim, porque desistiu disso? Porque, se achou estranho? Saiu da moda? Quem te fez acreditar que isso não era possível?” como doía essa parte, como latejava em sua mente, seu corpo tornava-se mais pesado quase não conseguia carrega-lo, como era maçante, agoniante aquela dor...

Até que caia no sono... Ou acordava. Ou dias eram iguais ou era sempre o mesmo sonho.

Um comentário:

  1. É dificil quando os dias soam iguais, e os mesmo questionamentos povoam nossa mente. É dificil nao ter mais algo que sempre pareceu "vital" pra nós. Eu ainda nao aprendi a superar algumas perdas.

    Esse texto seu é muito sólido, bem escrito! preciso ler mais algumas vezes pra entender melhor tudo que voce quis dizer! :p

    adoro voce e suas palavras, soam sempre muito bem pros meus olhos

    beijos!

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